sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Queda na rotunda

Há cerca de 20 anos atrás, sábado à tarde era sinónimo de "futebolada" entre amigos, num pequeno campo relvado (coisa rara na altura), e que se localizava mesmo ao lado de uma fábrica de confecções têxteis chamada Brax, em Serzedo, Vila Nova de Gaia.
Campo de futebol que agora é um autêntico silvado
Acontece que esta história não é propriamente sobre o jogo de futebol em si, mas sim sobre o que aconteceu, um dia, antes da realização do mesmo.
Todas as tardes de sábado, por volta das 14 horas, o pessoal reunia-se todo em frente à minha antiga casa para depois irmos jogar futebol no referido campo que distava cerca de 200 metros do local onde habitava.
De modo a contextualizar a história, convém referir que, em frente à minha antiga casa, existia (e ainda existe) uma pequena rotunda (se assim se pode chamar) situada mesmo no meio de uma curva bastante larga.
A rotunda onde sucedeu esta história
Era aí o nosso ponto de encontro.
Certo dia, enquanto esperávamos por alguns amigos que se tinham ido equipar devidamente para o jogo de futebol, e enquanto dávamos uns pontapés na bola, um carro (daqueles jipes antigos todo alterado) deslocava-se de uma extremidade da rua e dirigia-se em direcção à Brax.
Nele vinham, obviamente, o condutor e um colega ao seu lado que trabalhavam ambos num mecânico ali perto. Certamente, dirigiam-se para o seu local de trabalho.
Ao descerem a rua e ao contornarem a rotunda, a porta do lado do passageiro abre-se repentinamente e o indivíduo, que vinha encostado à porta, sai disparado pelo carro fora, indo aos trambolhões embater no muro da casa que ficava ao lado da rotunda. Nós que estávamos ali tão perto ficamos, inicialmente, estáticos e surpreendidos com o que tinha acabado de acontecer. Nem sabíamos se nos havíamos de rir ou de ir a correr socorrer o pobre homem. Certo é que algum pessoal libertou algumas gargalhadas, mas logo de imediato fomos ver se estava tudo bem com o indivíduo.
Nisto, reparamos que o motorista do jipe nem sequer se tinha apercebido que o seu colega tinha efectuado um mergulho para o chão e continuou a conduzir o jipe na recta da estrada que o levava para o trabalho. Já a meio da dita rua, é que reparou na falta de alguém a seu lado. Estupefacto, olhou em volta sem vislumbrar o seu amigo. Só quando olhou para trás e nos viu aos berros é que começou a ter a percepção do que havia acontecido.
Tudo acabou bem, mas a verdade é que nos fartamos de rir com a situação e logo pensamos que, se tivéssemos uma câmara naquele momento, poderíamos ter enviado as filmagens para um programa da RTP1 muito em voga naquela altura: o "Isto Só Vídeo".

Sem comentários: