domingo, 29 de janeiro de 2012

A Fantástica Ascensão de (M)iniesta

Quando cheguei ontem (28/01/2012) ao campo de futebol do Canedo para mais um jogo de veteranos, o António Reis "Pedrinha" veio ter comigo e perguntou-me se eu conhecia o novo (M)iniesta.
Respondi que não e perguntei quem era tal personagem.
- É o João! - respondeu o António Reis.
- O João Oliveira?! - perguntei eu novamente.
- Sim! - disse o António Reis.
Fiquei espantado com tal notícia.
Por curioso que pareça, nesse mesmo jogo o nosso (M)iniesta fez uma assistência primorosa para o nosso 1º golo frente ao Canedo, ainda na 1ª parte, e da autoria de Luís Pedrosa.
Ora, esta sequência de acontecimentos vem comprovar a ascensão meteórica do "menino" (M)iniesta que esta época se estreia no campeonato de veteranos. Ele é, portanto, aquilo que se designa de rookie.
A história é muito simples: no início da época, ele era mais um jogador a treinar à experiência no nosso plantel, aconselhado por mim à equipa técnica. Jogou nos escalões de formação do C.F.Serzedo, mas nunca pisou os palcos do futebol na categoria de sénior. Faltava-lhe experiência competitiva. Talvez, por isso, não houvesse grandes expectativas quanto ao seu desempenho dentro das quatro linhas de jogo.
A verdade é que, contrariando as expectativas, (M)iniesta tem vindo a criar algumas raízes no onze titular, destronando, inclusive, alguns jogadores já com mais tempo de casa.
Ele veio para ficar.
Ele corre com os dois pés; ele "morde" os calcanhares aos adversários; ele é persistente nas suas acções; ele joga na direita, na esquerda ou no meio; ele faz assistências para golo; ele é natural da Vila de Serzedo...
Ele é o (M)INIESTA!

  











quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Chuta...que é de pedra

Nas noites de verão das décadas de 80 e 90 do século passado, era costume, eu e os meus amigos, assistirmos aos torneios de futebol de salão em Serzedo, Vila Nova de Gaia. Às vezes, víamos futebol, mas outras vezes era a porrada em redor dos jogos que animava aquelas noites.
Numa dessas noitadas, aconteceu algo absolutamente inédito durante o meu ciclo de vida, algo que nunca ouvira falar nem tinha visto acontecer.
Antes de dizer o que ocorreu, devo referir que os atletas das equipas que participavam no torneio, equipavam-se habitualmente nos balneários pertencentes ao Clube de Futebol de Serzedo. Esse espaço de preparação para o jogo, ficava na outra extremidade das instalações do clube, sendo que os atletas tinham de atravessar o campo de futebol de onze, geralmente pouco ou nada iluminado.
Ou seja, o rinque ficava logo à entrada das instalações, depois existia o campo pelado de futebol pelo meio e só depois, no outro extremo, ficavam os balneários.
Então, como estava a dizer, numa dessas noites de futebol de salão, aquilo que seria mais um jogo a contar para o respectivo torneio, tornou-se algo assombroso.
Quando uma das equipas (ou pelo menos alguns dos seus atletas) atravessava o campo pelado (que por sinal nesse dia se encontrava às escuras), ouviu-se, na escuridão, o som de uma voz em direcção a um dos jogadores, dizendo algo como isto: Ei! Chuta essa bola!
O atleta, ao ouvir aquela voz no horizonte negro, todo contente, corre em direcção à bola, puxa o pé atrás e aplica um valente pontapé com toda a sua força...
Só que, nessa história, havia um pequeno problema: a bola não era bola. Quer dizer, era uma bola na sua forma porque era redonda. O cerne do problema é que essa "bola" era feita de cimento e pertencia a um adorno que existia na bancada do clube de futebol. 
Como estão a pensar, o que se seguiu foi um autêntico desastre. 
De acordo com o que sei, o indivíduo que "enfiou" o pontapé na bola partiu o pé e já não jogou o verdadeiro jogo que iria acontecer minutos depois.
Moral da história? 
Cuidado quando aplicam toda a vossa energia em algo pouco ou nada visível, pouco palpável, nada de concreto. Cuidado com os tiros no escuro! 
Às vezes, batemos numa pedra, num muro ou num outro obstáculo. Há quem consiga reerguer-se, mas há quem fique pelo caminho toda a vida. 
A vida é um risco e quem não corre riscos não petisca? É verdade...
Mas há riscos que não valem a pena correr. 
O valor da nossa vida tem muito mais valor do que o suposto benefício posterior de alguns riscos que se correm.    
      

sábado, 31 de dezembro de 2011

Eu e o Emplastro

Era mais um domingo à tarde como muitos outros.
Era mais um domingo à tarde com jogo para o campeonato da 1ª divisão distrital da A.F.Porto no terreno do Desportivo de Portugal, o famoso campo Rui Navega, onde todos navegávamos ao sabor da ondulação existente no próprio terreno de jogo. Era o típico campo de futebol distrital do século passado: pelado, pequeno e ondulado.
Relativamente ao jogo em si, o resultado final foi de 2-1 a nosso favor. Foi um resultado positivo para nós, pois o Desportivo de Portugal seguia no 2º lugar e nós estávamos a lutar pela manutenção. Lembro-me que o agora colega de equipa António Barbosa facturou, pelo menos, um dos golos.
Mas o principal personagem desta história fez por merecer esta crónica quando já o jogo havia terminado. 
Sei que tinha acabado de cumprimentar o adversário e dirigia-me para o balneário, quando vejo entrar em cena um indivíduo com cara de quem não "veste normalidade" vindo na minha direcção, embora pelo meio parasse junto ao meu colega de equipa David, cumprimentando-o.
Em seguida, fui eu o alvo da sua caminhada pelo meio do terreno de jogo. Olhou para mim, olhei para ele meio assustado e pensei: quem é este?! Ele, muito educadamente, cumprimentou-me pela vitória. Eu agradeci e continuei em direcção ao balneário.
Mas, a partir daquele dia, nunca mais me esqueci daquela marca d´água no rosto do indivíduo e que o acompanhava desde a sua nascença. Mas que grande sinal! E peludo, por sinal...parecia uma mosca varejeira.
Era o famoso emplastro, cujo pai é o Pinto da Costa e a mãe é o Vítor Baía, supostamente.
Tinha acabado de testemunhar o meu primeiro contacto com uma "figura pública"!
Reconheci-o uns tempos depois quando começou a tornar-se conhecido a nível nacional. 
Foi assim aquela tarde de domingo que parecia ser mais uma tarde normal, mas que não o foi por força das circunstâncias (desportivamente e socialmente).