quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Emprego de Telefonista

Após ter finalizado a licenciatura em Educação Socioprofissional, tenho estado a pesquisar possíveis ofertas de emprego em diversas áreas, não me cingindo apenas ao sector da minha formação académica, pois, actualmente, encontrar emprego "normal" é quase como encontrar uma agulha num palheiro.
E digo emprego "normal" porque motivo? Evidentemente que existe um motivo lógico...
Isto porque, na semana passada, aconselhado por uma tia da minha mãe, fui a uma entrevista de emprego para a função de telefonista. 
Após o envio de alguns currículos via email e não só, e sem receber uma única chamada, tentei a minha sorte na referida oferta de emprego que vinha publicada num jornal conceituado (pelo menos aqui na região Norte).
Sendo assim, liguei para o número que estava indicado e marquei uma entrevista para as 14h30 do mesmo dia, tendo chegado lá à hora marcada, como é habitual em mim.
Estava uma jovem rapariga à espera, à entrada do edifício, e perguntei se ela também vinha ao mesmo que eu. Ela disse que sim. Ficamos a conversar e, entretanto, deram-nos indicação para entrarmos para uma sala de espera. Durante o tempo que esperamos (largos minutos), foram chegando outras pessoas (julgo que um total de 4). Aguardamos. Já tinham passado 45 minutos desde que tinha chegado.
Nisto, desce uma jovem com ar apreensivo, olhou para nós, e disse: "Coitados!". E foi-se embora...
Nós, olhamos uns para os outros, notando-se uma mistura de riso e apreensão. Mas, continuamos a aguardar.
Tinham passado nem uns 5 minutos, quando ouvimos objectos a cair e/ou a bater no chão ou nas paredes, misturado com gritos e insultos entre pessoas. Sinceramente, ficamos preocupados, pois os mesmos vinham do local onde já se realizavam entrevistas com outras pessoas. 
Logo em seguida, surgem, descendo umas escadas que ligavam o rés-do-chão ao primeiro piso, 3 jovens raparigas que, supostamente, ainda iriam à entrevista. Estavam assustadas. Eu também não gostei do que se passou e vim embora com elas. Desse modo, aproveitei para falar com elas e saber o que se tinha passado.
Elas disseram-me que não sabiam, mas que ficaram com medo...
Então, aproveitei para saber algo mais sobre a oferta de emprego em questão, sendo que elas disseram-me que o trabalho consistia em telefonar às pessoas a pedir donativos para uma menina com cancro e que tínhamos de conseguir um número mínimo de donativos para sermos remunerados.
Eu, imediatamente, suspeitei da ilegalidade da situação, embora não tenha provas para a confirmar.
Mas mesmo que fosse uma situação legal (não sei se é ou não), há uma evidente falta de profissionalismo ao alguém deixar que aconteçam situações de agressão em plena entrevista de emprego. De facto, não faltam "EXCELENTES CONDIÇÕES"...para andar à porrada...
Bela imagem que a empresa deixou...  
O que pretendo dizer com isto é que, embora as pessoas digam que não falta emprego, a verdade é que algum desse trabalho tem as condições que tem...e sobre isso não me quero alongar mais...
É evidente que também existem empregos cujas condições são razoáveis, mas geralmente pedem jovens (até um limite de idade) e com experiência (às vezes de 4 ou 5 anos). Sinceramente, jovens com experiência de 4 ou 5 anos, deve ser coisa que abunda...
Ou seja, "somos presos por ter cão ou por não ter", pois ou somos jovens e não temos experiência ou temos experiência e não somos jovens (pessoas na faixa dos 30 anos já são velhas para trabalhar...).
Incompreensível...   

2 comentários:

Fernando M.M. Moreira Oliveira disse...

Como as coisas estão actualmente, casos como este que relatas, infelizmente, vão cada vez mais acontecer. Estes vigaristas vão continuar impunes e a continuar a vigarizar tudo e todos!
Este caso se permitisses, gostava de o partilhar no facebook.
Um abraço
Moreira

Carlos Couto disse...

Sim, claro que podes partilhar no facebook.
Foi o que já fiz também.

Abraço!

Carlos Couto